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'Bonde dos Mauricinhos': Defesa de trio que aterrorizava Manaus tenta entregá-los à polícia, mas delegado rejeita

Por Juca Queiroz - Redação Memorial

Fotos: Reprodução

Os advogados dos membros de uma quadrilha formada por jovens de classe alta que aterrorizava moradores de Manaus convocaram uma coletiva de imprensa na sede do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), nesta quarta-feira (23), para entregá-los à polícia. O delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso, no entanto, não aceitou que os suspeitos fossem apresentados.


Segundo a autoridade, as oitivas de outros casos na unidade policial impedem com que ele e a equipe escutassem os suspeitos no momento.


"Não tenho como desmarcar audiências de diversas vítimas pra receber eles só pelo fato de terem dinheiro", afirmou Cícero Túlio.


O caso ganhou repercussão após vídeos gravados pelo grupo circularem nas redes sociais. Nas imagens, os jovens Pedro Henrique Baima, Enrick Benigno Lima, ambos de 20 anos, e Marcos Vinícius Mota da Silva, de 18 anos, aparecem efetuando disparos de arma de fogo para o alto, ateando fogo em locais públicos, danificando alguns comércios e perturbando moradores de rua.


O delegado ainda afirma que após a vedação do período eleitoral, os jovens podem se apresentar normalmente. Vale ressaltar que devido o 2º turno das eleições municipais, as prisões estão vedadas, exceto se for em flagrante delito ou sentença condenatória de crimes graves.


"Se quiserem se apresentar na quarta-feira quando a vedação eleitoral quanto ao cumprimento de mandados já tiver passado, eles serão muito bem recebidos para cumprirmos os mandados", disse Cícero Túlio.

A Justiça do Amazonas ainda avalia se irá decretar prisão preventiva dos jovens, solicitada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).


Em coletiva, um dos advogados do grupo disse que não é possível fazer nenhum julgamento apenas baseado em vídeos, e que seus clientes são pessoas do bem e sem nenhum antecedente criminal, apenas tomaram essa atitude por culpa da pouca idade. A defesa também citou que ainda não teve acesso aos detalhes do Inquérito Policial (IP).


"Não há nenhum tipo de informação para a defesa, nós ainda não tivemos acesso aos autos. Imagino também que exatamente por essa questão sensível que está sendo tratada, ainda há algum atraso ali com relação à divulgação de informações, mas eu quero crer que hoje nós tenhamos, junto ao Poder Judiciário, o acesso a todas essas informações, não só aos pedidos, à documentação e à própria decisão do magistrado" explicou o advogado.

A defesa também informou que pretende apresentar seus clientes no dia 30 de outubro, como foi instruído na delegacia.


Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que apenas os advogados de defesa dos envolvidos estiveram na unidade policial solicitando informações sobre o andamento do processo e interrogatórios dos réus, sendo devidamente informados sobre as questões, e reforçou o que levou a instituição a não ouvir os envolvidos.


"A delegacia mantém sua agenda regular de audiências e que não seria justo remarcar os depoimentos de vítimas de outros crimes, que já estavam previamente agendados, para que fossem realizados os interrogatório dos autores, que optaram por se apresentar à autoridade policial somente próximo ao período de vedação eleitoral", diz parte da nota.


O caso


De acordo com a polícia, o grupo formado por três jovens sai pelas ruas da cidade causando destruição e violência. Toda a ação é gravada pelos próprios integrantes. Nos vídeos eles também são vistos jogando bebida em pessoas em situação de rua, participando de rachas em ruas residenciais, disparando tiros para o alto e arremessando coquetéis molotov em áreas públicas, ainda segundo a investigação.

Na manhã da segunda-feira (21), a Secretaria de Estado de Segurança do Amazonas (SSP-AM) e o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) cumpriram três mandados de busca e apreensão em residências relacionadas aos suspeitos, durante a operação ‘Sangue Azul’. No entanto, eles não foram localizados durante a ação policial.

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