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Crise Mundial: Países batem recorde de alta de preços: Argentina é 1º e Brasil o 3º do ranking


Guerra na Ucrânia e lockdowns na China, além de fatores locais, têm pressionado a política monetária de várias nações. (Foto: Tomas Cuesta/AFP)


Por Camila Nascimento/Do R7 Economia


A inflação tem sido um problema não só para o Brasil, mas também para outros países. O aumento do preço de matérias-primas, principalmente, do petróleo, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, tem pressionado os preços no mundo.


Além do conflito, há ainda os lockdowns na China, que têm provocado gargalos de produção e devem desacelerar a economia do país. Esses fatores, somados a questões locais, fizeram com que várias nações registrassem grande variação da inflação.


Desde o início de março, o FMI (Fundo Monetário Internacional) alerta para o aumento dos preços e destaca a necessidade de políticas monetárias de juros para frear o avanço de preços.


Confira em quais países a elevação da inflação bateu níveis recordes:


1º - Argentina


Em março, a inflação no país cresceu 6,7% em relação ao mês anterior e acumulou alta anual de 55,1%, o maior índice em 20 anos, segundo dados do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos) da Argentina. Somente no primeiro trimestre de 2022, os preços dos alimentos tiveram alta de quase 20%.


Os motivos para o crescimento da taxa vão além de fatores externos. Há também um problema monetário crônico no país, causado principalmente pela emissão monetária.


2º - Rússia

A Rússia está sentindo em sua economia os impactos da guerra iniciada pelo próprio país. A inflação chegou a 17,49% em um ano, conforme apontou o Ministério da Economia. Esse é o maior percentual desde 2002.


Em março, o país teve também um aumento mensal da taxa recorde (7,61%), o nível mais elevado desde 1999.


A alta dos preços está sendo impulsionada pela volatilidade do rublo e pelas sanções impostas pelo Ocidente. A expectativa do banco central russo é que a taxa continue crescendo.

3º - Brasil

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a inflação acumulou nos últimos 12 meses alta de 11,30%, o valor mais elevado desde 2003. A taxa subiu 1,62% em março, o maior aumento em um mês desde 1994, quando o Plano Real ainda não tinha sido implementado. Para conter o avanço dos preços, analistas preveem aumento dos juros.


Os transportes subiram 3,02%, alimentos e bebidas, 2,42%. O grande vilão foi o combustível que teve alta de 6,70%, puxada principalmente pela gasolina (6,95%).


No país, o aumento dos preços foi impulsionado pelo conflito na Ucrânia, que impactou os combustíveis. Com a guerra o valor do barril de petróleo ficou mais volátil, uma vez que a Rússia é um grande produtor da commodity. Como a maioria do transporte de cargas é feito pelo meio rodoviário, toda a cadeia produtiva foi impactada.


Contudo, os preços já vêm subindo desde o ano passado. Entre os motivos estão a energia mais cara por causa da bandeira de escassez que ficou em vigor até o dia 16 de abril deste ano e problemas na exportação, safras e plantações de produtos importados que enfrentaram excesso de chuva e secas.

4º - Estados Unidos

Os Estados Unidos registraram em março a maior inflação em 41 anos, 8,5%, de acordo com o Departamento do Trabalho do país. A razão para a disparada dos preços é principalmente a guerra entre Ucrânia e Rússia, que afeta o mercado de alimentos e energia. O país também está com problemas relacionados a oferta por causa dos lockdowns na China.


A gasolina foi uma das responsáveis por esse índice, com elevação no preço de 18,3% em um mês. Já a energia subiu 11% e a alimentação, 1%. Em março, Joe Biden fez a maior liberação de petróleo da história para tentar diminuir o valor dos combustíveis.


Para conter o avanço dos preços, o FED (Federal Reserve) pretende adotar medidas mais agressivas. O comitê monetário do banco central americano planeja subir a taxa de juros em 0,5 ponto percentual em maio, visando retomar a inflação a 2%.

5º - China

O índice de preços ao produtor da China (PPI) subiu 8,3% em março, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas. A taxa superou as expectativas de 7,9%, estimada pela Reuters.


O fator determinante para a alta são os gargalos de produção e de suprimentos causados pela Covid-19, que fez a China começar novamente lockdowns rigorosos baseados em uma política de zero tolerância ao vírus. Além do aumento nos custos de matéria-prima.


º - Zona do euro

Na zona do euro, a inflação cresceu nos 19 países e bateu recorde. A taxa anual chegou a 7,4%, segundo a Eurotast (Gabinete de Estatística da União Europeia), nível mais elevado desde 1999, quando uma moeda em comum foi adotada.


O preço do gás natural e dos combustíveis disparou com a guerra entre Rússia e Ucrânia. A energia subiu 4,36%. Mas o aumento de preços foi generalizado e também atingiu os alimentos, álcool e tabaco (1,07%) e serviços (1,12%).

7° Reino Unido

A inflação também se acelerou no Reino Unido. Conforme dados do Escritório de Estatísticas Nacionais, em março, a inflação anual acumulou alta de 7%, o maior nível em 30 anos. A previsão é que a taxa chegue a 7,5% em abril com um aumento esperado da energia.

A previsão do Gabinete para Responsabilidade Orçamentária é que o pico do índice seja de 8,7% e aconteça no último trimestre de 2022. Seria o maior valor em 40 anos.


Além da guerra na Ucrânia, a inflação cresceu à medida que as atividades voltam à normalidade. Setores que registraram queda durante o isolamento pela Covid-19 tiveram forte elevação nos últimos meses, como restaurantes e hotéis.


Os mercados financeiros estimam que o Banco Central britânico encerre o ano com a taxa de juros entre 2% e 2,25%. No momento ela é de 0,75% e deve passar para 1% em maio.

8º México

A inflação anual do México atingiu o nível mais alto em 21 anos, 7,45%. Novamente, o combustível foi o vilão, junto com o gás natural, passagens aéreas e alimentos.


O índice tornou menos provável que o banco central mexicano diminua a taxa de juros em maio, como era esperado, já que a meta para o aumento dos preços é de 3%, elevando a pressão sobre a política monetária do país.


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