Presidenciável formalizou disputa pelo Planalto em evento do PDT em Brasília, atirando para todos os lados. (Foto: Divulgação/PDT)
Por Agência Estado
Em quase uma hora de discurso, o pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, disparou ataques a adversários, colocou Lula, Bolsonaro e Moro no mesmo “balaio”, prometeu acabar com o teto de gastos públicos, revisar a reforma trabalhista, taxar grandes fortunas, tributar lucros e dividendos e ainda propôs o fim da reeleição no país.
Isolado e sem alianças partidárias encaminhadas até o momento, o PDT lançou a pré-candidatura de Ciro em Brasília, nesta sexta-feira (21), antecipando a quarta disputa do ex-ministro e ex-governador do Ceará em uma campanha presidencial. O partido evocou o legado de Leonel Brizola e usou o centenário do político, comemorado neste sábado (22), para apresentar o pré-candidato como um “rebelde” – o lema da campanha é “a rebeldia da esperança”.
No discurso, o pré-candidato do PDT vinculou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-aliado político, ao presidente Jair Bolsonaro, a quem acusou de praticar genocídio na pandemia de Covid-19. O foco das críticas foi a economia, tema que se tornou o centro da polarização na campanha dos principais pré-candidatos este ano.
– Seria exagero dizer que os presidentes, apesar de diferentes em muitas coisas, foram iguaizinhos em economia, e que o modelo econômico que copiaram uns dos outros nos trouxe a este beco sem saída? – afirmou Ciro.
SEM APOIO A LULA
Em coletiva de imprensa, ele afastou a possibilidade de apoiar Lula em um eventual segundo turno contra Bolsonaro.
– Eu ajudei o Lula em todas as eleições. Será que existiria o Bolsonaro se não fosse a contradição econômica, social e moral do Lula? Eu não posso ficar de novo sustentando as irresponsabilidades do Lula – disparou.
FIM DO TETO DE GASTOS
Ciro prometeu acabar com o teto de gastos públicos, medida implementada durante o governo do ex-presidente Michel Temer em 2016 e que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior. Ele criticou a regra por excluir as despesas com o pagamento de juros da dívida pública e reduzir os investimentos.
– Prometo, portanto, acabar com essa ficção fraudulenta chamada teto de gastos e colocar em seu lugar um modelo que vai tocar o Brasil adiante sem inflação e com equilíbrio fiscal verdadeiro – disse.
Ao direcionar ataques ao pré-candidato do Podemos, Sergio Moro, Ciro Gomes prometeu encaminhar uma proposta de reforma do combate à corrupção a ser debatida a partir de março deste ano, antes da campanha.
– Não haverá espaço para estrelismos e efeitos especiais, nem espetáculo para conquista de plateias ou, pior, de eleitores – disse o pré-candidato, classificando o adversário do Podemos como um caso “de glória efêmera como juiz e agora candidato a se derreter em contradições, mentiras e despreparo – afirmou.
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