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Globo pagou R$ 2,1 bi por Brasileirão 2023: Saiba quanto cada time ganhou

Da Redação - Memorial News

Via UOL Esportes

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A Globo pagou aproximadamente R$ 2,1 bilhão pelos direitos de transmissão do Brasileirão 2023, de acordo com uma planilha à qual a coluna teve acesso com exclusividade. O valor inclui TV aberta (R$ 869,4 milhões), TV por assinatura (R$ 724,5 mi), os repasses de pay-per-view (R$ 302,4 mi) e mais os mínimos garantidos de PPV pagos a Flamengo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras, que fizeram a conta total do Premiere chegar a R$ 541,9 milhões no ano passado.


O dinheiro do Brasileirão na TV atualmente é distribuído da seguinte forma: os valores referentes a TV aberta e TV paga são divididos em três blocos seguindo a fórmula 40/30/30. Ou seja, 40% é repartido em uma cota igual para todos os clubes, 30% vai para uma cota de acordo com o número de jogos transmitidos, e os outros 30% pagam a premiação de acordo com a classificação do campeonato.


Há dois poréns importantes: o Athletico não possui contrato com o sportv, então não recebe o que seria a parte de TV por assinatura. Todos os outros 19 clubes tiveram uma cota fixa de R$ 31,9 milhões por terem assinado com TV Globo e sportv. Como só está no contrato da TV aberta, o Furacão recebe apenas R$ 17,3 mi. O outro ponto é que times rebaixados não recebem nada referente ao terceiro bloco, o da premiação, que é distribuída do 1º ao 16º lugar.


No PPV, os clubes recebem o percentual de participação de suas torcidas sobre o valor repassado pela Globo. Ou seja, se um time tem 3% das vendas, vai receber 3% dos valores. Mas há outro porém: Flamengo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras possuem quantias mínimas garantidas por contrato e não dependem do tamanho do repasse feito pela emissora com base nas vendas de assinaturas.


Os dois primeiros aplicam seus percentuais de venda sobre um valor projetado na época da assinatura dos contratos, que é atualizado pela inflação. O Grêmio também segue uma lógica parecida com correção pela média do IPCA e do IGP-M. O Palmeiras tem um acordo diferente e recebe R$ 50 milhões fixos por temporada. Os demais clubes perderam a garantia do mínimo contratual porque anteciparam dinheiro usando as cotas do Brasileirão como garantia.


Dito tudo isso, vamos agora aos valores que cada clube arrecadou. O Flamengo teve a maior receita de TV no Brasileirão 2023, com R$ 275,2 milhões. Esse valor é composto pelo mínimo de PPV (R$ 177,3 mi), pela premiação referente ao quarto lugar na tabela (R$ 40,6 mi), pela quantia com base no número de jogos exibidos pela TV Globo e pelo sportv (R$ 25,4 mi) e pela cota fixa que é igualitária entre os 19 clubes que assinaram com a emissora carioca nas duas mídias (R$ 31,9 mi).


O segundo lugar ficou com o Corinthians, que teve direito a R$ 187,2 milhões pelo Brasileirão do ano passado. O clube paulista teve mínimo de PPV na casa de R$ 118,2 milhões, recebeu R$ 17,6 mi pelo modesto 13º lugar na classificação do campeonato, teve uma cota de exposição em TV de R$ 19,4 milhões, e recebeu também a quantia fixa de R$ 31,9 milhões.


Com a boa campanha fechada na vice-liderança do campeonato, o mínimo garantido de PPV mantido sobre valores projetados antes de 2019, e uma exposição muito relevante de 11 jogos em TV aberta e mais 13 em TV paga, o Grêmio viu sua receita chegar ao patamar de R$ 170,1 milhões no Brasileirão 2023. A cota de pay-per-view ficou em cerca de R$ 56,9 milhões. O vice-campeonato rendeu um prêmio de R$ 45,4 mi. A exposição na TV Globo e no sportv pagou R$ 35,9 milhões, além da cota igualitária de R$ 31,9 mi.


Campeão pelo segundo ano consecutivo, o Palmeiras recebeu R$ 162,6 milhões por TV no Brasileirão em 2023. O prêmio pelo título ficou em R$ 47,8 milhões. O clube tem uma cota fixa no PPV de R$ 50 milhões. É o único caso de clube que não recebe um percentual de vendas nem sobre o bolo real repassado pela Globo, e nem sobre os valores projetados antes de 2019 e atualizados pela inflação. A exposição na TV Globo e no sportv gerou uma cota de R$ 32,9 milhões, e o Verdão também recebeu os R$ 31,9 mi fixos.


Na sequência do ranking, aparece o Atlético-MG, que foi terceiro colocado na classificação final do Brasileirão no ano passado. Essa posição rendeu uma premiação de R$ 43 milhões ao Galo, que recebeu ainda R$ 29,9 milhões pelas transmissões em TV aberta e TV paga, além de R$ 16,4 milhões pela participação nas vendas do PPV. O clube mineiro também recebeu a cota fixa de R$ 31,9 mi. Com tudo isso, a receita total ficou em R$ 121,2 milhões.


O Botafogo, apesar de ter perdido o título com uma sequência sem vitórias na reta final, ainda conseguiu o sexto lugar em receitas, superando inclusive o São Paulo. O time carioca levou R$ 38,2 milhões pelo quinto lugar. Mesmo tendo um PPV na casa R$ 9,5 mi, os botafoguenses se beneficiaram da exposição na TV Globo e no sportv ao longo da luta pelo título que não veio. O Fogão levou R$ 32,9 milhões pelas transmissões. Com a cota fixa de R$ 31,9 mi, a receita total ficou em R$ 112,5 milhões.


O São Paulo, que tem um PPV bem maior que o do Botafogo (R$ 27,9 milhões), uma exposição parecida em TV (R$ 31,3 milhões), e a mesma cota fixa de R$ 31,9 milhões, acabou sendo superado por causa da classificação em campo. Com o 11º lugar na tabela, a premiação do Tricolor foi de R$ 20,6 milhões, deixando a soma dos valores em R$ 111,7 milhões.


Destaque negativo entre os grandes por causa de seu primeiro rebaixamento na história, o Santos acabou sentindo os efeitos disso também nas receitas. Com o 17º lugar, o Peixe perdeu direito ao bolo de premiação. Para se ter uma ideia do rombo, o Bahia, 16º colocado e primeiro time fora da zona do rebaixamento, levou quase R$ 16,3 milhões pela classificação na tabela.


O time da Vila Belmiro ficou apenas com a cota fixa de R$ 31,9 milhões, a participação no PPV, de R$ 9,95 milhões, e a quantia referente às transmissões na TV Globo e no sportv, que foi de R$ 22,4 milhões. O total de receitas ficou em R$ 64,2 milhões. Se não tivesse caído para a Série B, teria conseguido chegar à casa dos R$ 80 mi.


Ranking de receitas totais dos clubes com a Globo no Brasileirão 2023:


1 - Flamengo (R$ 275,2 milhões)

2 - Corinthians (R$ 187,2 milhões)

3 - Grêmio (R$ 170,1 milhões)

4 - Palmeiras (R$ 162,6 milhões)

5 - Atlético-MG (R$ 121,2 milhões)

6 - Botafogo (R$ 112,5 milhões)

7 - São Paulo (R$ 111,7 milhões)

8 - Fluminense (R$ 105,7 milhões)

9 - Internacional (R$ 105,5 milhões)

10 - Cruzeiro (R$ 98,5 milhões)

11 - Vasco (R$ 97,6 milhões)

12 - Red Bull Bragantino (R$ 85,8 milhões)

13 - Fortaleza (R$ 73,6 milhões)

14 - Bahia (R$ 72,1 milhões)

15 - Cuiabá (R$ 66 milhões)

16 - Santos (R$ 64,2 milhões)

17 - Coritiba (R$ 49,9 milhões)

18 - Goiás (R$ 49,4 milhões)

19 - América-MG (R$ 42,8 milhões)


* Recebe apenas pelo contrato de TV aberta. Não são conhecidos ainda os valores referentes a acordos com a TNT, CazéTV e receitas com a Rede Furacão. Esse ranking se refere somente a valores pagos pela Globo.


PS: É possível que no balanço dos clubes as quantias referentes ao Brasileirão sejam diferentes, principalmente nos casos de equipes que anteciparam valores usando as cotas como garantia de pagamento, casos nos quais a Globo direciona quantias aos credores.


Ranking de receitas de PPV dos clubes com a Globo no Brasileirão 2023:


1 - Flamengo (R$ 177,3 milhões)*

2 - Corinthians (R$ 118,2 milhões)*

3 - Grêmio (R$ 56,9 milhões)**

4 - Palmeiras (R$ 50 milhões)***

5 - São Paulo (R$ 27,9 milhões)

6 - Vasco (R$ 20,5 milhões)

7 - Cruzeiro (R$ 18 milhões)

8 - Atlético-MG (R$ 16,4 milhões)

9 - Internacional (R$ 15 milhões)

10 - Fluminense (R$ 10,5 milhões)

11 - Santos (R$ 9,95 milhões)

12 - Botafogo (R$ 9,52 milhões)

13 - Bahia (R$ 6,05 milhões)

14 - Fortaleza (R$ 1,96 milhão)

15 - Coritiba (R$ 1,6 milhão)

16 - Goiás (R$ 1,05 milhão)

17 - América-MG (R$ 483,9 mil)

18 - Cuiabá e Red Bull Bragantino (R$ 120,9 mil)

20 - Athletico (R$ 0)****


* Times que possuem garantia de mínimo contratual aplicando seus percentuais de vendas sobre valores projetados para o PPV na época da assinatura dos contratos e corrigidos pela inflação, e não sobre a receita efetivamente obtida e repassada pela Globo aos clubes.


** O Grêmio também possui uma garantia mínima contratual de PPV, mas que segue uma fórmula própria de correção anual. No ano passado, a coluna havia informado que o clube gaúcho receberia R$ 45,3 milhões pelo Premiere na Série B em 2022. A planilha acessada na época e distribuída aos clubes, porém, não considerava a fórmula real com a reposição da inflação anual. Por isso houve essa diferença que foi corrigida na projeção para 2023.


*** O Palmeiras possui um contrato de valor fixo de PPV assinado com a Globo em 2021, na época da mudança da TNT para o sportv. A quantia fica em R$ 50 milhões por ano, válida pelas temporadas 2022, 2023 e 2024.


**** O Athletico Paranaense não tem contrato com o PPV da Globo.

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