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Indígenas protestam contra abrigos provisórios da Funai em Barcelos-AM e pedem retorno às aldeias


Segundo a Associação Indígena Xoromawé, cerca de 700 indígenas que foram para a sede do município em busca de atendimento no INSS ainda não conseguiram voltar para casa. (Foto: Divulgação/AIX-Barcelos)


Por Ayrton Senna Gazel/Do G1




Cerca de 700 indígenas da etnia Yanomami que foram à sede de Barcelos, (município distante 400 quilômetros de Manaus), em busca de atendimento no PREVBarco - um posto flutuante do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), estão sem como retornar para as suas aldeias.


Abrigados na sede Fundação Nacional do Índio (Funai), eles também reclamam das más condições das moradias provisórias fornecidas. O G1 solicitou posicionamento da Funai e da Prefeitura de Barcelos, mas ainda não obteve retorno.

De acordo com um dos coordenadores da Associação Indígena Xoromawé, Rui Macedo, muitos indígenas precisaram enfrentar mais de cinco dias de viagem de rabeta para chegar à sede do município.


"Como já fazia tempo desde a última visita, muito indígenas vieram para cá, para tentar resolver os seus problemas, como regularizar a aposentadoria ou se cadastrar em auxílios. No entanto, muitos deles estão agora sem ter como voltar para casa, precisamos de alguma providência. Além disso, são mais de 700 indígenas vivendo em abrigos, cujas condições terríveis. Não há uma estrutura física minimamente aceitável", explicou.


Rui conta que para os indígenas que vivem na sede do município ou que precisam ficar por mais tempo, a realidade é ainda mais dura. Desassistidos, eles vivem no limite de subsistência.



"Não há acompanhamento, falta interprete em todas as frentes de serviços oferecidas pelo Estado: escola, saúde, cartório eleitoral, dentre outros. Então precisamos lembrar que os Yanomami vem de lugares muito distantes, geralmente de lugares completamente isolados, então é extremamente necessário que haja um acompanhamento", pontua Maria Mistes, uma das colaboradoras da Associação.


Reivindicações


Na última semana, dezenas de indígenas realizaram uma manifestação pelas ruas de Barcelos pedindo melhorias da rede de assistência aos povos tradicionais. Eles reivindicam serviços básicos, como saúde, educação e habitação.


"Não é só agora, sempre que que precisam vir à cidade, o município que tem que dar o suporte. Estamos solicitando um posicionamento de todos órgãos, porque afinal de contas somos eleitores, somos cidadãos brasileiros. As autoridades precisam adotar alguma iniciativa para permitir que essas pessoas retornem às suas comunidades", relata Rui.


Ainda de acordo com a Associação, cerca de 5 mil indígenas que vivem no território do município de Barcelos estão sem assistência adequada da Funai desde que a Coordenação Técnica Local (CTL) que atuava na região foi extinta.


"Precisamos de uma coordenação que atue em Precisamos, porque existem milhares de indígenas vivendo em aldeias espalhadas pelo município. Esse problema de logística [em relação aos 700 indígenas que estão na sede do município], por exemplo, poderia ser solucionado mais rapidamente", detalha Maria Mistes, colaboradora da Associação.

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