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Foto do escritorPortal Memorial News

Prefeitura de Manaus entrega primeiro cemitério indígena da cidade e do país


O cemitério Yane Ambiratá Rendáwa Bara Upé tem 216 gavetas em cada um dos cinco módulos, totalizando 1.080 espaços. (Foto: Tarcísio Layme)



Por Tarcísio Layme/Memorial News



A Prefeitura de Manaus entregou nesta terça-feira, 19, dia do índio o primeiro Cemitério Indígena da capital amazonense, o Yane Ambiratá Rendáwa Bara Upé, localizado no cemitério Nossa Senhora Aparecida, bairro Tarumã, zona Oeste.


Os trabalhos de construção foram coordenados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), bem como o projeto técnico-arquitetônico do campo-santo, com o conjunto dos cinco módulos de sepulturas verticais em gavetas, o portal de entrada exclusivo, as ocas cerimoniais, um jardim de ervas e a decoração com grafismo indígena.


O cemitério tem 216 gavetas em cada um dos cinco módulos, totalizando 1.080 espaços. Na solenidade de entrega, houve apresentação de um grupo indígena e muita comoção.



Para a coordenadora dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno, Marcivana Saterê-Maué, o ato é muito mais do que simbólico, ele representa o resgate da força do povo indígena.


“Manaus é território indígena, um território que havia sido esquecido dessa presença do índio em mais de 300 anos. Nossos antepassados tiveram um cuidado de deixar vestígios, e nós vemos que agora estão nos dando valor, por mais que por muito tempo nós tenhamos ficados esquecidos”, disse Marcivana.


David Almeida e Marcivana Saterê-Maué (Foto: Tarcísio Layme)


Essa não é a primeira vez que a atual Prefeitura de Manaus mostra estar engajada com a causa indígena, no ano passado os Indígenas da cidade conseguiram resgatar um território sagrado na praça Dom Pedro II, localizada no centro histórico da capital amazonense, também no Dia do Índio com a criação do memorial Indígena de Manaus que foi inaugurado pelo prefeito David Almeida, com o histórico pedido de perdão pela indiferença e invisibilidade a que foram submetidos os povos indígenas desde os primórdios da cidade de Manaus.


Na oportunidade, o prefeito David Almeida disse que o poder público municipal estava reconhecendo nesse ato uma injustiça histórica e devolvendo o cemitério indígena para os povos que resistiram há mais de 350 anos às agressões.


Hoje, o gestor da capital amazonense reafirmou o compromisso. “Eles são os donos da terra. São 353 anos de esquecimento. Agora nós fazemos a entrega desse local para que a memória dos ancestrais indígenas possa ser celebrada, cultuada. A nossa gestão se preocupa com os indígenas, eles não merecem nada a menos do que isso. Além do cemitério, nós vamos entregar a maior UBS-4 da cidade para eles, ela vai ficar lá no parque das tribos, também no Tarumã”, completou David.



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