Estrutura foi construída há 17 anos, mas nunca chegou a ser inaugurada oficialmente. Proprietários de embarcações e pescadores usam local para venderem pescado.
Por Juca Queiroz/Com informações da Fepesca
O Terminal Pesqueiro de Manaus vai a leilão nesta sexta-feira (11). A empresa vencedora terá a concessão da estrutura, que foi construída há 17 anos e nunca foi inaugurada oficialmente, por um prazo de 20 anos, prorrogáveis por até cinco anos.
Em dezembro de 2021, o Governo Federal aprovou condições para a concessão de sete terminais pelo país. Entre eles, o de Manaus, para o leilão marcado para acontecer por volta de 13h - horário de Manaus - na sede da bolsa de valores de São Paulo.
Com o prédio sendo leiloado, a estrutura poderá ser reformada e colocada para funcionar de maneira adequada para quem vende os peixes no local, como é o caso do proprietário de embarcações Celso Oliveira.
"Principalmente o funcionamento das câmaras frigoríficas e a cobertura do terminal, porque a maneira como está não cobre totalmente quando chove, aí fica difícil para trabalhar. Se for para pagar taxas, nós vamos pagar normal, mas contamos que com a privatização realmente melhorem as condições do nosso trabalho aqui", afirmou.
A estrutura foi construída com recursos do Governo Federal, em convênio com a Prefeitura de Manaus, em 2005. Cerca de R$ 11,5 milhões foram gastos para a construção do prédio, que deveria servir para armazenamento do excedente do pescado que seria vendido no dia a dia.
A obra foi entregue em 2010, mas o terminal nunca chegou a ser inaugurado oficialmente e muitos pescadores e proprietários de embarcações passaram a usar o local para comercializar o pescado por conta própria.
Abandono da estrutura
Ao longo dos anos, as marcas do abandono só ficaram cada vez mais evidentes na estrutura do local. De acordo com o presidente da Federação da Pesca e Aquicultura do Amazonas, Walzenir Falcão, apesar de ter sido construído, o local não recebeu os devidos equipamentos que deveriam ser usados para o funcionamento do local.
"Faltou colocar maquinário para funcionar, fábrica de gelo, túnel de congelamento, câmaras frigoríficas que são câmaras de estocagem, e a área de recepção, de industrialização para o comércio nacional, para o comércio local. Nada foi feito e hoje está entregue à natureza", disse Walzenir.
Em 2015, a obra chegou a ser embargada pela justiça por falta de definição sobre a posse do terreno, mas continuou a ser usada pelos pescadores e vendedores.
Durante os anos, o prédio foi alvo de discussões e vistorias por representantes do poder público, buscando maneiras de solucionar os problemas do local, segundo o deputado estadual Alvaro Campello.
Caso o Terminal Pesqueiro de Manaus tivesse sido inaugurado na época, a estimativa era que atualmente o local já refletisse em uma grande movimentação no comércio do estado.
"O segmento do pescado seria bem diferente do que é atualmente. Seria mais pujante se tivesse sido na época a preocupação em tornar o terminal pesqueiro no que vai se tornar agora", afirmou o parlamentar.
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